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I Colóquio do Patrimônio Artístico Visual da UFRPE homenageia Inalda Xavier

A UAEADTec/UFRPE promove no dia 11 de dezembro, a partir das 13h, no prédio EspaçoTec o I Colóquio do Patrimônio Artístico Visual.  O evento tem como objetivo de apresentar as obras visuais do campus Dois Irmãos catalogadas pelo projeto Artes da UFRPE. Além disso, será prestada homenagem póstuma a ex-professora do Departamento de Ciências do Consumo, Inalda Xavier (1930-2017), que também era artista com destaque nacional por suas obras de litogravura e xilogravura. A homenagem contará com a presença da família de Corbiniano Lins - amigo e mentor de Inalda Xavier - e do artista Francisco Neves - amigo e ex-aluno.

O evento também terá as presenças dos artistas plásticos Raul Córdula e Christina Machado e recitais de jazz pelo artista Duda do Sax e por estudantes do EREM Maestro Nelson Ferreira, da cidade de Paulista. Acesse a programação completa nos arquivos abaixo.

O evento é aberto a toda comunidade que poderá realizar as inscrições no momento, com certificado. Mais informações pelo email: artesufrpe@gmail.com

 

Sobre a importância de Inalda no mundo das artes

 

 

Inalda participou dos principais grupos e movimentos da história da Arte de Pernambuco. Participou da Sociedade de Arte Moderna do Recife, atuando principalmente através do Clube de Gravuras; foi membro da Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco; do Movimento de Cultura Popular e da Oficina Guaianases de Gravura, da qual foi sócia fundadora, juntamente artistas como Abelardo da Hora, Delano e Francisco Neves.

Foi uma artista multifacetada, cujo trabalho incorporava diferentes técnicas e materiais. Produziu peças em tecido e em papel machê; trabalhou na criação de joias; em cerâmica, tapeçaria, pintura à mão com bico de pena e esculturas. Seu reconhecimento é mais expressivo, porém, nas técnicas de xilogravura e litogravura.

Ao longo de sua carreira, Inalda teve inúmeros trabalhos premiados ou reconhecidos, dos quais elencamos alguns exemplos abaixo, em ordem cronológica:

1961 – 20º Lugar no XX Salão de Pintura de Pernambuco (prêmio recebido por xilogravura);

1961 –  Prêmio “Fiat Lux” de trabalho artesanal da Fiat Lux Companhia de Fósforos;

1962 – 1 º Lugar no XXI Salão de Pintura de Pernambuco (prêmio recebido por xilogravura);

1962 – “Menção Honrosa” no XXII Salão de Pintura de Pernambuco;

1962 – Medalha da Federation of Unesco Association in Japon;

1964 – My mother – Internacional Exhibition and Children’s Drawing Competition – Sponsors - Morinagas’s Society for Singing the Praises of Mother and Federation of UNESCO Association Japan. Nesse evento, seus alunos foram premiados com as medalhas Ouro, Prata e Bronze, no Japão, sendo os únicos do Brasil;

1973 – Título “Greetings Honorary Citizen of Las Cruces”, New Mexico, EUA;

1994 – Parchemin D’honneur ao Reconnaissance, Chamaliers, França;

2008 – Prêmio em artes plásticas na 10ª edição do concurso Talento da Maturidade do Banco Real.

Na litogravura, é uma das artistas com maior contribuição no acervo da Oficina Guaianases de Litogravura, que funcionou no Recife no período de 1974 a 1995. É importante destacar que todo o acervo da Oficina Guaianases foi digitalizado e está disponibilizado no site Coleção Histórica da Oficina Guaianases de Gravura pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Inalda chegou a dividir um ateliê com a artista Ana Gonçalves, no bairro do Pina, e realizou exposições individuais e coletivas em várias partes do mundo, como nos Estados Unidos, Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Japão, Romênia e Grécia. Destacamos a participação da artista nas exposições organizadas por Wilton de Souza, em 1962; Dom Helder Câmara, em 1963; Helio Grimberg, 1965, e Sebastião Barbosa, em 2002.

Na UFRPE, a artista tem apenas uma obra realizada a convite do ex-Reitor, amante das artes, Humberto Carneiro. A obra consiste em um painel talhado em madeira, come 12m de comprimento por 2,65m de altura, datado de 1978. O painel tem com tema o sertão, a mata e o feminino, apresentando alegorias marcantes e recorrentes nas obras de Inalda: pássaros, mulheres e crianças com olhos grandes que exprimem o sofrimento e força do povo nordestino e os detalhes dos vestidos estilizados das mulheres. É uma obra que apaixona por sua beleza e delicadeza.