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Matias de Albuquerque: a cabeça contra o Domínio Holandês

Esta é uma série de três matérias sobre um período da história de Pernambuco, no qual um dos marcos da cidade existiu e o contexto histórico da época. Os links para as outras duas partes estão disponíveis no final deste texto.

 

Neto de Duarte Coelho, primeiro donatário da capitania, e filho de Jorge de Albuquerque, um forte guerreiro do seu tempo, Matias de Albuquerque recebeu a missão de defender as terras de sua família contra os holandeses.

Com a cotação do açúcar em alta no mercado internacional, o interesse estrangeiro pelas riquezas pernambucanas aumentou cada vez mais. Recife estava sob constante ameaça de invasão holandesa.

No dia 14 de fevereiro de 1630, os holandeses chegaram em Pernambuco e desembarcaram na praia de Pau Amarelo e, apesar da resistência do Matias, que já vinha se preparando para o ataque, logo se apoderam de Olinda e do Recife — que, por ser mais fácil de defender militarmente, foi escolhida para ser sua capital.

O Forte do Picão cercado pela frota holandesa, e os armazéns do Recife sendo incendiados. Olinda de Phernambuco, 1671 (circa), água forte sobre papel. Visscher (Piscator), John Olgilby. Gallica, Biblioteca Nacional Francesa.  Coleção pessoal de Jacques Ribemboim.

 

Como parte do plano de ataque, o Forte do Picão desenvolveu um importante papel na luta contra os holandeses. Gravuras da época mostram a ocorrência de uma batalha aquática no Porto do Recife, onde pode-se ver embarcações afundadas para proteger a entrada da barra e tiros de ambos os lados, inclusive do Forte do Picão.

Embora tenha sido derrotado, Matias de Albuquerque não desistiu sem antes lutar e não deixou o Forte se render. Como mais uma de suas estratégias, decidiu incendiar todos os navios que bloqueavam a entrada do Porto, assim como toda a carga de açúcar, pau-brasil e demais produtos “Matias sonhava em aumentar a defesa do Forte, que apesar de presente, ainda era frágil, frente aos holandeses. Como estratégia ele decidiu incendiar todo o estoque de produtos pernambucano, na intenção de distrair os holandeses, já que era nossas riquezas que eles buscavam. Os holandeses recuaram por um tempo e desembarcaram em Pau-Amarelo, onde foram dominando pequenos espaços locais, até voltar ao Recife”, conta Ribemboim.

Mas, em 03 de março de 1630, Matias de Albuquerque e seus companheiros renderam-se, não por falta de forças, mas devido as condições em que se encontravam. A falta de água e a rendição do Forte de São Jorge foram elementos decisivos para a rendição do Forte do Picão, que acabou sucumbindo, mas não sem uma luta forte e heroica.

Parte 1
Parte 3