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Pesquisadoras da UFRPE analisam as propriedades nutricionais das iguarias do Carnaval

Salsichão, queijo coalho na brasa e tapioca até têm seu lugar ao sol no Carnaval de rua pernambucano, porém nem são os legítimos quitutes dos dias de Momo. É certo que se pode tudo – ou quase tudo – no período, mas, em se tratando de tradição, o prêmio de iguarias do Carnaval vai para três preparações: mugunzá, filhoses e bate-bate de maracujá. Pelo menos de acordo com estudo de pesquisadoras da UFRPE, que analisaram as propriedades nutricionais desse trio e levantamento bibliográfico acerca das origens das preparações típicas.

Segundo as docentes Maria do Rosário de Fátima Padilha e Neide Shinohara, do curso de Bacharelado em Gastronomia, os três queridinhos se destacaram no acervo culinário das famílias pernambucanas registrados na historiografia culinária. A predileção, explica-se, vem principalmente da ideia de se obter energia extra para as extravagantes brincadeiras carnavalescas. “É justamente no açúcar, mais precisamente na doçaria, que está a marca tradicional da culinária pernambucana e própria do Carnaval”, ressaltam as pesquisadoras.

Os filhoses com mel são sobremesa típica momesca justamente para adoçar a ressaca do folião, que os aprecia desde a época do colonizador. Era consumido principalmente no Sábado de Zé Pereira, apelidado de sábado filhoeiro. Nos tempos atuais, perdeu um pouco a popularidade para outras delícias açucaradas, mas não a majestade.  Segundo o estudo, o filhós tem conteúdo calórico significativo – aproximadamente 289 calorias em 100g – muito disso por ser frito, e a ingestão deve ser moderada.

O mungunzá é escolhido de muita gente até hoje para dar a carga de “sustança” necessária para a folia; prato típico salgado da cidade pernambucana de Triunfo, mas com sua versão doce preferida, especialmente no Carnaval. Seu consumo é indicado principalmente como desjejum, em substituição ao pão, por ser baseado no cereal bastante apreciado em Pernambuco, o milho. “No entanto, a população consome mais de uma concha da preparação em uma refeição, o que a constitui como preparação muito energética”, advertem as pesquisadoras da UFRPE, que analisaram fartas 358 calorias em apenas 100g do preparo.

O bate-bate ou batida de maracujá, também conhecida como bebida obrigatória do Carnaval, é constituída do suco concentrado da fruta nativa brasileira, cachaça e açúcar. Apesar de muito saborosa, a mistura deve ser ingerida com cuidado, dizem as professoras Fátima e Neide, uma vez que 1/3 de seus ingredientes é a aguardente – que pode apresentar graduação alcoólica entre 38 e 54%.  A boa notícia é que a bebida apresentou apenas 7,4% em relação a produtos que se bebem na ocasião. 

A dica, portanto, é moderar na quantidade para não sobrecarregar o fígado e, consequentemente, ter que substituir as delícias carnavalescas por aspirinas e panos quentes. “As calorias desses alimentos não devem ser subestimadas e sua ingestão deve ficar restrita aos dias de intensa atividade física”, insistem.

Confira a tabela com as informações nutricionais das iguarias:

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