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Na cidade pernambucana de Olinda, em 3 de novembro de 1912, os monges beneditinos Dom Plácido de Oliveira, Dom Bento Pickel, Dom Pedro Bandeira de Melo e Dom Agostinho Ikas, liderados por Dom Pedro Roeser – então Abade do Mosteiro de São Bento – empreenderam esforços para a criação das Escolas Superiores de Agricultura e Medicina Veterinária São Bento, célula-mater da atual Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Para fins didáticos, podemos dividir os primeiros tempos da história da UFRPE em quatro períodos: Período  Beneditino ou Período de Tapera, de 1912 a 1936; Período da Estatização, de  1936 a 1956;  Período da Ordem Federal subordinada  ao Ministério da Agricultura, entre os anos de 1956 e 1966;  Período da Ordem Federal  subordinada ao Ministério da Educação, desde 1966 aos dias atuais.

No prédio anexo ao Mosteiro de São Bento, as Escolas Superiores de Agricultura e Medicina Veterinária São Bento se instalaram numa comunhão de interesses entre a Igreja, o Estado e a sociedade. Os anseios e as expectativas políticas de modernização industrial pela qual passava o Brasil impulsionaram a implantação das Escolas. A aproximação da agricultura com o projeto tecnológico presente nos discursos republicanos seguia o tom do período,quando o ensino agronômico se encontrava em plena efervescência para atender as necessidades nacionais.

Foi nesse contexto que chegou a Pernambuco Dom Pedro Roeser, liderando um grupo de quinze monges reformadores, todos de identidade alemã e filhos de camponeses, com pouca ou nenhuma formação acadêmica, em dezembro de 1906. No ano seguinte, é nomeado, pelo Papa Pio X, Abade do Mosteiro da cidade de Olinda e da Paraíba. Documentos relatam que, no final do século XIX, monges beneditinos, a maioria de origem germânica – da Congregação de Beuron – haviam sido enviados para a cidade de Olinda na condição de reformadores por determinação do Papa Leão XIII.

A primeira Aula Inaugural das Escolas de São Bento foi realizada em 1º de fevereiro de 1914, após curso preparatório que envolveu os monges-professores e futuros alunos. A proposta educacional se pautava no objetivo de estimular nos jovens pernambucanos o gosto pelas as atividades agropastoris, favorecendo a economia regional. Daquela forma, seria possível atender aos anseios republicanos e dar visibilidade ao Mosteiro. A contribuição que fundamentou o projeto pedagógico dos cursos de São Bento veio principalmente do modelo curricular adotado das congêneres alemãs somados aos ideais positivistas.

As Escolas funcionavam em regime de internato e semi-internato, por meio do qual os alunos de regiões distantes permaneciam no espaço escolar desenvolvendo projetos e atividades agrícolas integralmente.

Em 1915, os beneditinos, com ajuda oficial, compraram o Engenho de São Bento, localizado no distrito de Tapera, município de São Lourenço da Mata – PE, com uma área territorial de 1.071 hectares. Nele construíram as instalações da Escola Superior de Agricultura de São Bento. Providenciaram vários campos de culturas próprios para o ensino experimental e o consumo alimentício diário das Escolas, cultivando milho, sorgo, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, batata doce, arroz, hortaliças, entre outros gêneros. Também dispunham de aviário, apiário, pocilgas, estábulos, criação de bois, cavalos, cabras e coelhos. Com o apoio do Estado, rapidamente essas Escolas passaram a ter autonomia.

Os beneditinos permaneceram na direção até 1936, época da estatização da Escola Superior de Agronomia São Bento, uma vez que a Escola Superior de Medicina Veterinária havia encerrado suas atividades em 1926. Com a Estatização, novos caminhos foram trilhados, agora sob a regência do Estado, e a Escola recebeu nova denominação: Escola Superior de Agricultura de Pernambuco (ESAP).

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